Lei Seca: chuva atrapalha e apenas dois são presos sob efeito do álcool na capital do RN
Os bafômetros não são projetados para serem utilizados na chuva
Diego Hervani
Repórter
Depois de toda a confusão sobre a permanência ou não do tenente Styvenson Valentim, a Operação Lei Seca voltou a acontecer em Natal. Na madrugada deste sábado (11), a blitz ocorreu na avenida Hermes da Fonseca, em frente ao 16º Batalhão de Infantaria Motorizada e terminou com a detenção de apenas duas pessoas pelo crime de embriaguez ao volante.
Segundo informações de Adriano Barbosa, coordenador de Educação no Trânsito do Detran-RN, a blitz começou por volta das 23h de sexta (10) e 478 veículos foram abordados. No total, 21 motoristas foram autuados por crime administrativo, outros dois foram detidos por embriaguez ao volante, oito foram autuados por “diversos” (como problemas na documentação) e quatro carros recolhidos para o pátio do Detran.
Inicialmente a intervenção iria acontecer em vários pontos da zona Sul e Norte da capital, mas a chuva atrapalhou os planos. “A chuva sempre atrapalha. Temos que pensar na segurança dos agentes que estão participando da blitz. Com a chuva nós temos que colocar mais redutores de velocidade em determinados locais, para que o condutor chegue no local da parada com no máximo 30 km por hora, mais do que isso a chance de acidente é muito grande e o risco de um profissional se machucar é grande”, explicou Adriano. Até mesmo os chamados “testes do bafômetro” são prejudicados quando chove. “Os bafômetros não são projetados para serem utilizados na chuva, isso acaba atrapalhando. Por isso o número de pessoas que foram identificadas com algum teor alcoólico foi menor do que o esperado”.
A ação vai contar com técnicos do Órgão e policiais militares do Comando de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE). Dessa vez, entretanto, o tenente Styvenson não participou. “O tenente fez parte dos encontros e planejamentos dessa blitz, mas ele não estava lá no momento das abordagens”, disse Adriano.
Na semana passada, Styvenson deu entrevista para o Jornal de Hoje afirmando que estava deixando a Lei Seca por causa da falta de investimento e o desgaste. Porém, dois dias depois, ele voltou atrás na decisão após uma reunião com o governador Robinson Faria. De acordo com o próprio Styvenson em uma rede social, durante uma reunião com Robinson, ele foi “convencido”. “A garantia de disponibilidade de todos os recursos disponíveis para realizar um excelente e eficiente trabalho e ainda seguir os moldes administrativos da Lei Seca do Rio de Janeiro guardando a metodologia operacional que já vem sendo aplicada no nosso Estado, que demonstrou de forma incontestável a redução de acidentes e uma mudança comportamental da população são os ideais a serem atingidos”.
Styvenson ainda disse que “o pedido pessoal do Governador, que traduziu como um eco a voz do povo querendo minha permanência nas operações e diante do comprometimento em provar recursos, garanto a todos realizar um trabalho tão notável quanto o de 2014, preservando vidas, garantindo a segurança viária, praz no trânsito e uma forma mais humana na condução de veículos”.
Para Adriano Barbosa, o tenente Styvenson realmente teve grande importância para o reconhecimento da Lei Seca, mas ele lembrou que sem o restante da equipe isso não teria acontecido. “O trabalho dos dois tenentes que participam da Lei Seca, o Styvenson e o Isaac, foram determinantes. Mas os policiais e agentes que trabalham nas blitzen também merecem destaques. Ontem, por exemplo, eles trabalharam na chuva. A dedicação deles é muito grande”.
O coordenador de Educação no Trânsito do Detran-RN também afirmou que nos próximos dias a operação deve receber o reforço de mais policiais militares. “Esperamos cerca de nove policiais. Mas eles terão que passar por um treinamento comandado pelo tenente Styvenson e pelo tenente Isaac. A equipe que trabalha na Lei Seca está junta há três anos, por isso os policiais que irão entrar precisam estar no mesmo nível”.
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